sábado, 20 de junho de 2009

êxtase.

Eu finalmente estava onde sempre quis estar. O lugar que anseie todos os dias da minha vida naquele passado distante. Eu podia sentir o vento forte batendo contra meu rosto e levantando meus cabelos, eu podia sentir o medo, a agonia, o pavor da morte próxima. Mas não era o que sempre tinha sonhado? Não estava exatamente como eu tinha desejado? E agora eu faria o meu ato de coragem, o meu ato final. Eu finalmente poderia ser livre. Livre, como sempre desejei, da forma mais bonita e pura. A verdadeira liberdade. Cambaleei para trás por causa da força do vento, então me agarrei mais forte a pedra mais próxima. Eu não precisava ter pressa, agora, tinha todo o tempo do mundo. Poderia parar, refletir e usar o que me restava de coragem para, enfim, dar o passo final.
O dia estava lindo, como nos meus sonhos. O frio era cortante e o forte vento o fazia parecer pior. Apesar disso, o céu não estava nublado e escuro. O sol estava forte e, se eu tentasse olhar para cima, machucaria meus olhos. Havia algumas nuvens no céu e hoje ele tinha decidido por azul celeste. De todos os dias da minha vida, esse era, com toda certeza, o mais belo de todos. Como eu sempre pensei que seria.
Sentei-me quase confortavelmente naquela enorme pedra, tomando o cuidado de me segurar firme. Olhei, finalmente, para baixo e vi o que esperava os últimos milésimos de segundo da minha existência aqui. O rio era de um azul escuro quase negro, mas que refletia luz à medida que as nuvens deixavam de esconder o sol. A altura da enorme pedra em relação ao rio era muito grande, muito maior do que imaginava em meus sonhos.
A ausência de pessoas me trazia paz e nesse dia eu não estava psicologicamente perturbada, só estava pronta. Pronta para terminar o que não estava certo.

( uma parte do começo de uma história. é um sonho meio suicida em Prekestolen, rs)

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