terça-feira, 30 de junho de 2009

não espero que concordem.

Quando somos criancinhas e o que sabemos sobre o mundo é que temos papai e mamãe que cuidam da gente, obviamente somos enganados facilmente. Para nós, a realidade costuma ser nossa família, brincar, ir à escola e nada mais. Então, quando pessoas queridas em que confiamos nos dizem que o coelho da páscoa é que traz chocolate, nós acreditamos. Quando dizem que a fada dos dentes nos deixou moedas, é porque o que ela faz é dar dinheiro em troca deles. E quando nos contam que foi papai noel que nos trouxe presentes em um trenó voador guiado por renas, por que duvidaríamos? Um dia, então, todos nós crescemos, passamos a nos preocupar com outras coisas que não são brinquedos e presentes e percebemos que a realidade é muito maior do que poderíamos imaginar. Descobrimos que a fadinha, o coelho e o papai noel só eram brincadeiras que nossos pais faziam conosco e isso passa a deixar de ter importância. Começamos a pensar em problemas maiores e muitos de nós passam a se perguntar: "Qual o sentido da minha vida? Qual o meu objetivo? Para onde vou após a morte?". É nesse momento que surge Deus, quando me refiro a uma sociedade monoteísta, obviamente. As pessoas a nossa volta nos explicam que Ele criou tudo, que Ele é quem decidirá o que acontecerá conosco nessa vida e após nossa morte. E é nesse momento em que eu me pergunto - "Como você pode afirmar tal fato com tanta certeza?" Vou fazer uma comparação um tanto absurda para muita gente, mas bem simples para mim. Desde o começo da humanidade, o homem sempre buscou respostas, e quando não as obtinha criava uma explicação, na grande maioria das vezes, divina para ela. Na Roma e Grécia antiga e na mitologia nórdica existiam deuses, cada um responsável por as coisas serem como eram. Existia Thor, o deus do trovão, quando trovejava e caía uma tempestade era ele que passeava com uma carruagem pelos céus e ocasionavam o barulho, não as descargas elétricas provocadas pelo encontro de nuvens. Quando os índios não podiam explicar os diversos fenômenos da natureza culpavam deuses que acreditavam serem reais. Quando todos nós, inocentes crianças, acreditávamos que Papai Noel era real, é porque não possuímos uma explicação mais razóavel para aqueles presentes terem surgido debaixo da árvore na noite de Natal. Então, quando pessoas jovens e adultas acreditam em um Deus, será que não estão se enganando? Obviamente todas as crentes diriam que não sem ao menos pensar. Mas vamos pensar, se voltássemos no tempo e explicássemos cientificamente o motivo da existência de raios e trovões às pessoas que acreditavam em Thor, elas ririam ou se espantariam, nos chamando de descrentes. Se disséssemos à alguns grupos índigenas a explicação científica para os fenômenos naturais ou se revelássemos às crianças pequenas que os presentes vêm, na realidade, do dinheiro de seus pais, ambos negariam. Deus para mim é como Papai Noel. Não sabemos para onde vamos, mas Deus sabe. Não sabemos da onde vêm nossos presentes, mas Papai Noel costumava saber. Temos que ser bons para conseguirmos ir para um "Paraíso" após a morte, assim como tínhamos que ser bons para Papai Noel nos trazer presentes. Como não temos respostas para nossas perguntas mais complexas e que talvez nunca tenham melhores explicações, culpamos algo misterioso, irreal, invísivel e inimaginável. Todas essas coisas criadas pelo homem a milhares e milhares de anos, que são plantadas na nossa cabeça desde que nascemos e nos fazem acreditar. Bom, se eu não tenho uma prova concreta de que de fato existe um Deus, não vou acreditar. Assim como se não posso ver um fantasma, não tente me fazer acreditar que existem espíritos vagando por aqui. E tudo isso eu me baseio em experiências passadas, oras, se eu não podia ver o coelhinho me trazendo ovos de chocolate, quem pode provar que ele realmente me trazia?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

fases. fases. fases.

O que acontece quando coisas perfeitas deixam de ser perfeitas? E momentos maravilhosos passam a ser só momentos? Uma pessoa, um dia qualquer, pensou que gostaria de ter alguma mágica que lhe avisasse a hora de mudar. Ela queria saber até que ponto estava se enganando, até que ponto iria aguentar algumas situações. Parar nunca é fácil, nem desistir, abandonar, mudar rotinas etc etc. Tudo isso tem um preço. Viu que se ganhasse alguma coisa, perderia outra. A vida é assim, já tinha se conformado e pronto. Mas ela queria saber exatamente as coisas para qual valiam a pena arriscar-se. Como uma palavra pode estragar para sempre tudo o que poderia ser, como pequenas coisas que, talvez não possam ser mudadas, acabam transformando todo um pensamento. Ela sabia que as pessoas eram diferentes, pensavam diferente e agiam diferente.. afinal, se o mundo fosse todo igual, qual seria a graça? Mas o problema não eram as diferenças e sim as mudanças. Quando, então, passou a se incomodar com pequenas coisas que antes não a incomodavam, a culpa era dela, não é? Talvez ela nem percebesse essas coisinhas, pois essas estariam escondida por trás de uma muito maior. Ou ela devia ser cega, ou seus pensamentos simplesmente mudaram. Porque a pessoa cresceu e seus objetivos mudaram, assim como seus gostos. O que antes valia a pena passou a ser normal, simples assim, e o que antes eram momentos ansiosamente esperados transformaram-se em tédio absoluto. Mas isso eram somente fases, ou só alguns dias de revolta. Iria passar, com certeza iria. As coisas voltariam a ser como eram. E ela esperava.

ao meu querido cabelinho. -n

Esses dias eu ando pensando seriamente em raspar meu cabelo. Sabe, eu gosto bastante do meu cabelo, até demais, mas é chato demais cuidar de cabelo (pois é, minha preguiça já chegou a esse ponto). Mas, falando sério, se eu não tivesse cabelo, não gastaria tempo para lavar, secar, fazer chapinha blabla e ainda economizaria água, energia e dinheiro. Além do mais, eu canso tanto de fazer algumas coisas para me "encaixar" na sociedade. Pois é, quantos garotos olham para uma garota careca? Não que isso me importe tanto. Mas, tenho certeza que as pessoas olhariam feio, ou com dó né. E até minha mãe, quando comentei a respeito disso, me disse: "Você é louca Luísa, quer estragar ainda mais seu cabelo?". Detalhe que, para ela, ele já começou a estragar quando decidi cortar um pouquinho diferente do padrão. Gente, não vou estragar meu cabelo raspando-o, ele só vai estar raspado oras. Eu fico pensando se algumas pessoas parariam de falar comigo se eu aparecesse careca rs, ou se teriam vergonha de andar do meu lado. Eu falo e falo, mas tenho certeza que nunca vou ter coragem de fazer isso realmente. E, se fizer, provavelmente me arrependerei depois. Eu só acho engraçado pensar na situação, a cara de horror das pessoas e "Meu Deus, o que você fez com seu cabelo?". Esse negócio de beleza padrão é tão chatinho. Uma pessoa torna-se mais bonita com ou sem cabelo? É, acho que sim né, nesse mundo fofucho onde o que conta mais é o exterior de cada um. E eu acho muito muito deprimente que eu não pense diferente. Eu, sinceramente, gostaria de não me importar com o que vestir, não me importar em pentear o cabelo, não me preocupar com espinhas e mais bilhares e bilhares de coisas idiotas que preocupam todas as garotinhas felizes dia-a-dia. Sei lá se um dia eu vou conseguir mudar esse negócio me importar com o que as pessoas pensam, mas que seria legal raspar o cabelo, seria.

domingo, 21 de junho de 2009

lançamentos de projéteis

Assim, quando eu pergunto para algumas pessoas por que RAIOS eu tenho que estudar algumas coisas que não vão servir para exatamente n-a-d-a na minha vida, a maioria delas, inclusive minha mãe responde: "Não importa que você não será professora de matemática, engenheira mecânica, química, bióloga, blabla, mas para você passar no lindo vestibular de jornalismo ou letras (coisas que tem super a ver com física, matemática, química e biologia aliás) você tem que saber sobre todas essas matérias, e aí, você vai ter que decorar um monte de coisas imprestáveis que não vão servir para nada só para passar numa prova, o problema é que essa prova é que vai fazer tudo o que você será no futuro." Legal, legal, tá certo. Mas não faz o menor sentido para mim. Sei lá, eu penso que se eu quero ser uma boa profissional, eu tenho que me focar nos estudos do que vou fazer e não perder horas e horas estudando uma coisa que será inútil para minha carreira. Obviamente não estou dizendo que nunca mais terei que estudar física, por exemplo, pois tenho que saber o básico de tudo para não me tornar uma pessoa burra e estúpida, mas qual o sentido de eu ter que aprender a calcular um lançamento de projéteis? Eu fico pensando, será que um dia eu estarei sentada escrevendo alguma nova história, aí alguém vai chegar para mim, jogar uma bolinha para cima e dizer: "Luísa, qual foi a altura máxima da bolinha considerando que a gravidade é 10m/s²?". Eu, sinceramente, acho que chutaria a pessoa. Ou então, se fosse algo que eu realmente precisasse saber no momento, procuraria no google. Pegando o exemplo dos meus pais que são bons profissionais etc e tal mas não trabalham com nada relacionado a física, se eu perguntasse algo para eles hoje, eles provavelmente teriam que estudar novamente para poderem me ensinar, isso porque foi algo que eles nunca mais necessitaram e simplesmente esqueceram. Então eu perguntaria - "Por que vocês tiveram que aprender, então?" Meu pai diria que é importante, mas minha mãe só falaria - "Pra passar no vestibular". Sabe, acho que é por isso que me revolto e desisto de estudar. Não faz o menor sentido perder meu tempo precioso, um tempo que eu poderia estar me divertindo e sendo feliz, para sofrer com coisas que futuramente serão esquecidas. Claro que para muitas pessoas meus argumentos estão totalmente errados e que essa é toda uma desculpa para minha preguiça de estudar. Eu realmente gostaria que alguém chegasse e me dissesse argumentos verdadeiros que me fizessem ter ao menos um pouco de vontade de aprender. Passar no vestibular, passar no vestibular. Eu, de verdade, queria escrever um livro e ficar rica, para não ter que pensar na coisa idiota que é o vestibular. Mas isso é um sonho muito impossível, não é? Então vou voltar a meu querido e inútil lançamento de projéteis, só para não zerar em mais uma prova e, talvez um dia, passar no vestibular.

sábado, 20 de junho de 2009

êxtase.

Eu finalmente estava onde sempre quis estar. O lugar que anseie todos os dias da minha vida naquele passado distante. Eu podia sentir o vento forte batendo contra meu rosto e levantando meus cabelos, eu podia sentir o medo, a agonia, o pavor da morte próxima. Mas não era o que sempre tinha sonhado? Não estava exatamente como eu tinha desejado? E agora eu faria o meu ato de coragem, o meu ato final. Eu finalmente poderia ser livre. Livre, como sempre desejei, da forma mais bonita e pura. A verdadeira liberdade. Cambaleei para trás por causa da força do vento, então me agarrei mais forte a pedra mais próxima. Eu não precisava ter pressa, agora, tinha todo o tempo do mundo. Poderia parar, refletir e usar o que me restava de coragem para, enfim, dar o passo final.
O dia estava lindo, como nos meus sonhos. O frio era cortante e o forte vento o fazia parecer pior. Apesar disso, o céu não estava nublado e escuro. O sol estava forte e, se eu tentasse olhar para cima, machucaria meus olhos. Havia algumas nuvens no céu e hoje ele tinha decidido por azul celeste. De todos os dias da minha vida, esse era, com toda certeza, o mais belo de todos. Como eu sempre pensei que seria.
Sentei-me quase confortavelmente naquela enorme pedra, tomando o cuidado de me segurar firme. Olhei, finalmente, para baixo e vi o que esperava os últimos milésimos de segundo da minha existência aqui. O rio era de um azul escuro quase negro, mas que refletia luz à medida que as nuvens deixavam de esconder o sol. A altura da enorme pedra em relação ao rio era muito grande, muito maior do que imaginava em meus sonhos.
A ausência de pessoas me trazia paz e nesse dia eu não estava psicologicamente perturbada, só estava pronta. Pronta para terminar o que não estava certo.

( uma parte do começo de uma história. é um sonho meio suicida em Prekestolen, rs)

a menina indecisa e

Existia uma menina indecisa. A menina indecisa sempre havia sido muito certinha, responsável e feliz. Então, certo dia, ela sentiu uma incrível necessidade de errar. Era estranho e confuso, mas acontece que, para ela, não havia mais sentido em continuar sendo do jeito que costumava ser. O errado era misterioso, desconhecido e traiçoeiro. O errado a atraía. A menina sabia que não seria saudável e bom optar pelo erro, mas ela necessitava-o de alguma forma. Uma estranha luta entre o certo a fazer e a necessidade que a perseguia surgiu em sua mente e ela sentia como se possuísse duas vozes dentro de si. Uma que dizia - vá, tente algo novo, mude, erre, siga suas vontades, esqueça a razão. E uma segunda que contestava - se escutar a outra voz sabe que sofrerá as consequências, continue fazendo o certo e em troca terá o bem. Querer e poder. Só duas palavras que lutavam para chegar em um acordo razoável, um acordo que faria bem a menina no presente e no futuro, que a deixaria feliz e que deixaria as pessoas que estivessem a sua volta felizes. Mas a pobre menina tão indecisa não sabia que nem sempre podia satisfazer todos os lados e que, às vezes, mesmo querendo muito, alguns prazeres deviam ser deixados de lado por motivos maiores. A menina passava a maior parte das horas do seu dia pensando no que fazer. Pensava tanto que se esqueceu de todas as suas responsabilidades e deixou de ser certinha. Pensava tanto que por vezes até se deprimia por não chegar a respostas e deixou de ser feliz. Um dia qualquer chegou a pensar que seria melhor se simplesmente parasse de pensar, mas isso era muito difícil de se fazer sozinha. A menina se distraia com coisas e pessoas que a deixavam alegre, e por vezes, isso a fazia parar de pensar. Então ela agradecia a essas coisas e pessoas. A menina indecisa às vezes pensava em desistir, abandonar tudo e todos, mas isso não mudaria nada, isso só pioraria sua situação, já que seu conflito era com si mesma não com os outros ao seu redor. Às vezes a menina queria deixar de ser fraca e parar de chorar, queria parar de pensar no maldito erro e só ser feliz assim como as outras pessoas. Ela sabia que as pessoas que a deixavam alegre, assim como as que não deixavam, também possuiam seus conflitos interiores e lutavam contra eles. Mas , mesmo assim, ela julgava-se incompreendida. Afinal, porque alguém que tem tudo para se dar bem nessa vida, faria algo errado somente pelo puro prazer de correr riscos? Quando estava sozinha, a menina começou a praticar algumas coisas que a faziam sentir-se melhor. Descobriu que se passasse a escrever sobre seus conflitos, uma parte de seus problemas voavam de sua cabeça e ficavam grudadinhos no papel. A menina indecisa ficou realizada ao descobrir que tinha forças para lutar contra seus próprias necessidades. E, no final, tomou a grande decisão de que mesmo sendo indecisa, mesmo sentindo-se incompreendida e mesmo possuindo terríveis conflitos, tinha a mesma capacidade que todos de ser feliz.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

mudanças

Perto de minha casa existe uma árvore no meio da calçada, cuja as raízes são tão grandes que acabaram tomando grande parte dela. Todos os dias ao voltar da escola e alguns voltando das aulas de inglês eu passo por ela e pulo sobre suas raízes. É uma coisa que simplesmente tornou-se costume, uma rotina como comer ou ir ao banheiro, eu não preciso pensar que devo pular, eu simplesmente pulo. Hoje ao voltando do colégio percebi que, no lugar das minhas raízes, haviam em torno de cinco ou seis homens com serras e máquinas. Só após alguns segundos fui reparar que estavam cortando-as e, quando finalmente percebi, levei um choque ruim e inesperado. Senti meus olhos enchendo-se de lágrimas e uma súbita vontade de impedí-los. Uma tolice? Talvez. Afinal, eram somente raízes que atrapalhavam a passagem das pessoas, que impediam uma circulação mais fácil, que faziam com que pedestres tivessem que desviar um mínimo trecho da calçada e caminhar pela rua ou, simplesmente, pular, como eu costumava fazer. As grandes raízes já haviam tornado-se passado, assim como meus pulos, como mais uma pequena parte da minha infância. Foi uma sensação ruim simplesmente por eu ter percebido que uma mínima e despercebível parte de minha rotina havia acabado de repente e que muitas outras podem acabar numa fração de segundos, quando eu menos esperar.

meus pensamentos num tsuru

Esse nome está na minha cabeça a alguns dias. Foi durante uma aula qualquer no colégio que, como de costume, peguei uma folha de papel e comecei a escrever algumas reflexões sobre assuntos aleátorios que me preocupavam. Quando terminei, li algumas vezes e achei tão absolutamente rídiculo o que tinha escrito que resolvi criar um origami no pedaço de papel. Depois, pensei comigo mesma - peguei todos os meus pensamentos e fiz um tsuru com eles. Achei tão engraçado que até escrevi alguns versinhos. Fim da história, rs. obs - créditos a Gigi e Vit por terem me ensinado a fazer um tsuru *-*

talvez um começo

O maior sonho da minha vida sempre foi escrever um livro. Confesso que já tentei algumas vezes, mas sempre desisti. Eu nunca tive criatividade o suficiente para fazer uma história que eu julgasse boa, já que todas elas, no final, acabavam contando a minha própria. Escrever faz eu me sentir melhor, é como uma terapia para os dias em que estou triste ou iconformada e uma grande diversão para momentos que estou feliz. A ideia de criar um blog para mim sempre foi um pouco distante, eu não gosto (ou pensava não gostar) de compartilhar meus pensamentos com as pessoas, acho que muitos deles são um pouco absurdos, infantis demais e às vezes complicados demais até para eu mesma compreender. Quando algo me incomoda ou me faz pensar, costumo escrever em qualquer papel que encontrar ou abrir diversos documentos no word. Não sou organizada o suficiente para escrever num diário, ou criar um blog, mas estou aqui. Bom, eu me julgo uma pessoa confusa e extremamente indecisa, então talvez amanhã eu já tenho desistido dessa idéia.