segunda-feira, 29 de março de 2010

Já faz tempo eu queria dizer palavras ao vento, sem pensar. Eu queria que soubessem do nervosismo que é estar esperando. Entre um ponto e outro. Escolhas.. escolhas.. para onde vão me levar? Sinto - a esperança retornou. Que assim seja, por mais angustiante que pareça, hoje aceito minha condição de esperar. Deixo as palavras rolarem, saírem de mim. Confusas, abstratas. Deixo me levar em seus braços, que tente me transformar. Estou me permitindo viver o presente, sem pensar mais do que o necessário. Já estou farta de demonstrar meu sofrimento, meu drama particular. Eu quero a esperança de óculos. Uma linha e uma agulha para que, assim, eu remende, costure e recrie: meu coração.

sábado, 27 de março de 2010

Eu só queria poder me entregar; de olhos fechados. Mergulhar em águas profundas, sem medo de perder o ar. Fugir um pouco de mim. Nunca mais pensar em mais nada, em mais nada.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Amor Platônico

Não me faz sentir bem; ao contrário, me deprime. Quando sou reconhecida aí parece o paraíso. Tudo flui, o coração bate mais rápido, a vida parece gritar. Quando você toca em mim? Não há meios de explicar que não sejam metafóricos e nenhuma metáfora consegue ser tão intensa. Não é como um sonho, é um sonho. A realidade me destrói de tal forma que, às vezes, tenho vontade de nunca acordar. A noite é meu refúgio, meu paraíso particular, são os unicos momentos em que você só existe para mim. Momentos em que sua existência baseia-se na minha satisfação. Há quantas noites você me completa? Há quantas manhãs acordo deprimida, desejando que o sonho seja a realidade, e a realidade.. um mero pesadelo? Quando exalo seu perfume, inexplicáveis reações químicas ocorrem dentro do meu corpo e me sinto vazia, nula. Amor platônico é tão mais triste que o amor recíproco, e também mais forte, mais intenso. Pesado, tão pesado, que penso que seja essa, não mais a distância, a principal diferença entre ele e a reciprocidade amorosa. Me pergunto o que me leva a persistir nesse sonho. Seria mais simples conter as esperanças, mas isso não é humano. Talvez o meu segredo seja esse: eu gosto de me descobrir em você. Me desculpe, eu ainda não superei.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Às palavras

Hoje percebi que não há amigas maiores que as palavras, pois elas são as únicas que me deixam manipulá-las sem desejar a mínima coisa em troca. Muito obrigada palavras, por serem o único elo, a única ponte entre esse corpo vazio e meu verdadeiro eu.

A Falta

A falta que me faz estar no nulo. Não querer, não gostar, não aceitar. Aqueles dias em que o que prevalecia dentro de mim era a ángustia. Sair sozinha na noite escura sob o luar, quando meu companheiro mais próximo era o medo. Aquelas noites frias em que nada mais fazia sentido. Nem o azul era mais azul. Por que haveria de ser? Quando a borboleta branca representava a dor, não a paz. A falta que me faz correr riscos, chorar. Há quanto tempo não choro? Não sei. Parece doentio ter saudades da dor? Seria masoquismo abraçá-la mais uma vez? Talvez não faça sentido para você, mas dentro de mim, o macio pertence tanto à dor quanto as lágrimas nervosas pertencem à angústia. Os opostos parecem sempre andar paralelamente. Juntos, tão juntos, que são impedidos de se tocar. A falta que me faz toda aquela repulsa, todo aquele ódio e toda aquela tristeza. A falta que me faz desejar unicamente estar só, pois agora vivo bem ao lado dos outros. É insano, tão insano que tranforma-se em hilário. Assim como a falta de sentido me trazia mais conforto do que a aceitação. Um conforto incômodo.