segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Digitando sem-pensar

Você acha que sabe tudo, mas você não sabe. Você acha que é humano fazer o que você fez com uma pessoa, mas não é. Você talvez ache que eu não me importo, que eu não penso mais, que eu não quero mais, que eu não preciso mais, é melhor que você ache isso mesmo. Aí digo - Luísa, luísa, pra que complicar mais as coisas? É. Todos pensam que é fácil, só deixe de querer. Mas, sabe, eu estou completamente hipnotizada,  completamente mesmo. E não mãe, eu não preciso de terapia. Talvez eu precise um pouco mais - experimentar. Como posso saber se gosto ou não se não experimentar, não é? Ou talvez, talvez o que eu precise mesmo, talvez o único remédio seja fechar os olhos, deixar um pouco de lado essa coisa que dentro de mim faz tantas cócegas, essa curiosidade engraçada. Esse querer querer querer. Mamãe deve achar que estou louca. Será? Já pensei muito sobre isso. Aliás tudo o que faço é pensar muito, por isso que criam-se essas ideias esquisitas. Um dia desses de madrugada conversava com meu irmão. Essas conversas que cada um tem sua opinião, pra onde vamos depois da morte, sentidos da vida, etcetc. Pensei tanto que se cresceu uma coisa ruim no meu estomâgo, cresceu um medo, um medo terrível de morrer. Achei que ia ficar louca. Mas não se preocupem, eu até gosto um pouco da minha pequena insanidade particular, me faz sentir menos normal. Afinal, qual é a graça de ser normal?


Ps- Algumas coisas que, com urgência, precisam sair de mim.
Ps2- Não estou afim de revisar e esse texto não teve nenhum intuito de ser bonito ou interessente para ninguém.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Trecho de "Água-viva"

"Sinta-se bem. Eu na minha solidão quase vou explodir. Morrer deve ser uma muda explosão interna. O corpo não aguenta mais ser corpo. E se morrer tiver o gosto de comida quando se está com fome? E se morrer for um prazer, egoísta prazer?"


Clarice Lispector, parece que eu só posso encontrar meu alívio em suas palavras.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

antíteses

É um sonho tão intenso que me faz querer chorar. É tão distante, tão errado, tão impossível, tão tão tão macio. Uma esperança vaga, quase que desesperançosa, mas ainda assim esperança. Uma dor tão dolorida que eu não desejo que passe. Sinto uma infelicidade extrema que, por tão exagerada, torna-se feliz. Ou talvez seja ao contrário. Existe aí uma dúvida engraçada, que por ser assim cômica, se veste de certeza. Uma certeza duvidosa. Eu gosto da dor de saber estar vivendo uma vida de sonhos. Eu aceito-não aceito-aceito-não aceito essa ilusão. Porém, às vezes ela se torna a saída, o caminho mais fácil. A ilusão é macia macia macia. Me faz tão bem. De repente, eu volto à realidade. Quando isso acontece dói muito e essa dor é ruim. Sentir - eu preciso tanto disso. Preciso sentir, experimentar, provar, matar a fome rídicula que é o desejo. Vocês estão me deixando louca. Ou eu sozinha estou enlouquecendo. Para mim, não existe mais esse negócio chamado sentido.