terça-feira, 21 de junho de 2011

Sobre um final

O tempo acabou. O sol é tristeza e a tristeza é salgada. O existente inexiste. O que há já não há mais. Foi-se tudo o que um dia era. Acabou-se no descompasso do ciclo antes desrritmado. Me tingem de azul, é a cor que resta. E o que não foi acertado jamais se acertará.

Você acreditava no mais tempo e, eu, que havia vida. O que há agora além de observar em silêncio? Um pote vazio, transparente, inexato, morto.

Mas sigo sem saber, tenho de seguir. Deixar que as nuvens continuem a ser nuvens. Tenho de seguir.

Não sei mais se sei respirar. Os carros passam, os deixo passar. E existe um homem, ele tem barba e toca violino na janela. Há um outro que também tem barba e deita na grama. Eles não se conhecem. Eu não os conheço. Existir e deixar de existir. Passar do sol para sombra e da sombra para o sol arrastando a bunda nas pedras e estragando as calças.

Acabou-se pronto fim. O que há de se fazer além de observar em silêncio? A vida não vai de ser vida. O tempo não acabou. Eu quero acabar mas também não acabei. Que seja, assim, onda.

Um comentário:

  1. Talvez não seja um final, seja só uma pausa.E mesmo um final é um novo começo. Uma continuação da mesma ideia. De um ponto final e começo um novo paragrafo.
    Teamo
    Stephanie

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