quarta-feira, 7 de abril de 2010

silêncio

As palavras estão em conflito comigo nesses últimos tempos. Nada que escrevo parece, nem o mínimo, aceitável. A única coisa que desejo é aumentar o som no último volume - um solo extasiante de baixo - até eu ensurdecer. Aí então eu experimentarei o silêncio infinito e quando essa hora chegar, você pode acabar comigo, pois estarei exausta de viver essa vida que finjo ser minha. Sinto-me disposta a aceitar qualquer desafio que me apresentarem, pois estou necessitada. Loucamente necessitada de um objetivo, qualquer que seja ele. Passei a qualificar todas as coisas em "leves" e "pesadas" desde que li Milan Kundera (uma espécie de transtorno obsessivo compulsivo) e hoje me sinto pesada, tão pesada, como se a qualquer momento fosse cair e nunca mais conseguir me levantar. Minha garganta está seca. Preciso abraçar ventos gelados para sentir a dor aguda que é ser - ou deixar de ser. São nesses momentos que penso que seria até legal crer em Deus, e me agarrar a ele em meus momentos de conflito, não às minhas frias ilusões.

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