sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sentidos, conflitos, repetições.

Não quero fazer sentido. O sentido, às vezes cansado, toma a forma da falta de sentido. Dissimulado. Eu não sei, você não sabe - apesar de fingir muito bem saber. E o tempo vai passando. As semanas parecem dias e alguns dias parecem semanas. As ideias se vão como pombas assustadas no meio daquela praça suja. E voltam. As cores se perdem. E voltam. As palavras se perdem, as vontades se perdem, as manias, os amigos e os enfeites de cabelo. Nem tudo volta. Assim vai se seguindo sempre, minha única certeza é não ter certeza. E achar que se ama e que não se ama e que se ama independente de qualquer dependência. E vai se o vento, voando, voando alto. Balança a cortina branca. Sim, a mesma que contra luz tornava-se toda amarelada e fazia a silhueta das grades do portão. Os sentimentos às vezes são tão banalmente criados que confundem os verdadeiros. Eu escrevo, sem pensar nas palavras. Pensar... Pensar cansa. Pensamos demais. Demais. Tudo em excesso faz mal, até amar. A gente acaba se acostumando, fazendo virar rotina ou obsessão. Depois vem a dor. Ela se vai - pomba. E volta. Não ligo mais pra ela, apesar de às vezes a chamar um pouquinho. Só sei que, ao menos dessa vez, estou consciente das minhas escolhas.

3 comentários:

  1. Existe uma pequena brincadeira literária, atribuída ao Mário Quintana q é mais ou menos assim:
    "E que fique muito mal explicado.
    Não faço força para ser entendido.
    Quem faz sentido é soldado."
    ;-)

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  2. Os sentimentos às vezes são tão banalmente criados que confundem os verdadeiros.

    Lindo, lulu

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